SOBRE JEAN-CLAUDE CARRIÈRE
Escritor polivalente, Jean Claude Carrière é roteirista, compositor, diretor, ator, dramaturgo, adaptador, tradutor. Nasceu no sul da França, em 17 de setemro de 1931. Sua produção transita entre o cinema, o teatro e a literatura .
Estreou como escritor aos 26 anos, com o romance Lézard, de 1957. Seus livros abordaram temáticas como a tensão entre conhecimento e fé, história das religiões, linguagem erótica, viagens, coletâneas de contos antigos, a arte do cinema, e muitos mais. De sua longa bibliografia, poucos títulos encontram-se publicados em Português. Entre eles, A controvérsia, Os fantasmas de Goya, Meu Tio, A Linguagem secreta do Cinema, e A Força do Budismo.
No cinema, assina o roteiro de mais de 140 filmes. Adaptou Proust e Milan Kundera para as grandes telas; trabalhou com nomes do calibre de Jacques Tati, Luis Buñuel, Louis Malle, Miloš Forman, Jacques Deray, Jean-Luc Godard. São produções marcadas pelo fascínio do absurdo e que dão espaço à interpenetração da imaginação na realidade.
Grandes sucessos e roteiros icônicos estão distribuidos ao longo de toda a sua carreira. Vem da colaboração com Jacques Tati os filmes As férias do Senhor Houlot (1953) e Meu tio (1958). A longa parceria com Luis Buñuel deu origem a alguns de seus títulos mais provocativos como O diário de uma camareira (1964), A bela da tarde (1967), O discreto charme da burguesia (1972), e Esse obscuro objeto do desejo (1977). Carrière, hoje em dia já octagenário, continua a escrever e produzir muito. Em 2015, estreou seu último longa, À Sombra de Duas Mulheres.
Paralelamente ao cinema, as atividades que desenvolve no teatro também são intensas. Dentre suas várias peças, destaca-se a adaptação do épico mitológico o “Mahabharata”, projeto desenvolvido em parceria com seu grande amigo, o diretor Peter Brook.
Indicação de Leitura: Ainda que toda a sua obra seja admirável em sua diversidade e extensão, a inclusão de Jean-Claude Carrière entre as referências do Ressonancias se deve a um livro em particular: o India, um olhar amoroso. Nele, a Índia e suas contradições são descritas com sensibilidade e maestria. Baseada em suas muitas viagens de pesquisa, feitas durante os anos em que se dedicou à adaptação do Mahabharata, sua leitura da cultura e sociedade indiana foge aos clichés. Um convite afetuoso para mergulharmos na “quimera em exercício” que é a Índia e, através dela, observarmos a nós mesmos.
PARA SABER MAIS
Caso queira mais informações sobre Jean Claude Carrière assista a entrevista http://www.webofstories.com/play/jc.carriere/1
__________________________________________
O projeto Ressonâncias acredita no compartilhamento de ideias. Caso alguma informação lhe seja útil, por favor, nos deixe um recado (vamos ficar muito contentes!) e não se esqueça de obedecer as normas da ABNT. Neste caso, coloque assim:
LIMA, A. A. Sobre Jean-Claude Carrière, 2016. Disponível em; <http://www.ressonancias.com/sobrecarriere>. Acesso em: dia/mês/ano.