O psiquiatra Carl Gustav Jung nasceu em 26 de julho de 1875 em Kesswil, Suiça. Fundador de uma escola de Psicologia profunda que ficou conhecida como Psicologia Analítica, foi um pensador cujas ideias desempenham um papel importante nos debates de hoje. Jung propôs e desenvolveu conceitos que, extrapolando o jargão científico, tornaram-se familiares ao grande público: extrovertidos e introvertidos, sombra, arquétipos, inconsciente coletivo, processo de individuação.

Na opinião de Jung, não existe área do fazer humano que seja irrelevante para a Psicologia. Sua abordagem à construção de uma teoria psicológica reflete essa compreensão e se constitui num vasto empreendimento interdisciplinar. Dedicou-se exaustivamente ao estudo das filosofias oriental e ocidental, da religião, folclore, alquimia, astrologia, mitologia e sociologia, literatura e artes. Esta combinação de temas tão amplos, somada à sua própria experimentação pessoal com imagens do inconsciente, deu origem a uma proposta teórica relevante e criativa que embasa a prática clínica de numerosos psicólogos contemporâneos

O objetivo do processo analítico, nesta perspectiva, não é a mera adequação do sujeito às expectativas sociais, ou mesmo às suas próprias expectativas, mas o cultivo de uma nova atitude perante a si mesmo e perante a vida. Tal atitude implica em uma disposição de estar atento para aquilo que parece mais subjetivo e pessoal (sonhos, fantasias, memórias), no desenvolvimento de sensibilidade para a metáfora e para o simbólico, e na constatação que a vivência da própria realidade psíquica conduz a um maior reconhecimento e valorização das forças objetivas que se encontram para além do pessoal.

Carl Gustav Jung morreu em seis de junho de 1961, aos 85 anos, em sua casa, nas margens do lago de Zurique, após uma longa vida produtiva. Na última noite de sua vida, Jung abriu e tomou um dos melhores vinhos de sua adega.