Os temas que permeiam os poemas e palestras de John O’Donohue são perenes: a beleza, a amizade, o tempo, as incertezas da vida, as ausências e a morte, o desejo de presença autêntica, de pertencimento e de solidão.  Poeta, filósofo, teólogo e  potente tradutor da psique e da cosmovisão dos antigos povos da Irlanda,  sua obra  tem muito a oferecer para os leitores de hoje. 

Num pensamento que combina  análise crítica e evocação imaginativa: O’Donohue encontra os eixos temáticos para suas reflexões nos desdobramentos da consciência, da memória e do espírito.  Em vários de seus escritos, percebe-se o impacto de experiencias de sua infância no Norte da Irlanda. Pode -se ler a intimidade com os elementais da natureza que remonta a uma meninice na fazenda, perto de montanha, céu e mar.  

O’Donohue estudou Literatura Inglesa, Filosofia e Teologia;  depois debruçou-se sobre pensamento de Hegel, num doutorado em Teologia Filosófica, e de Meister Eckhart, num projeto de pós doc.  Foi padre católico por 19 anos e, após deixar o sacerdócio, voltou-se em tempo integral à meditação e à escrita. 

A perspectiva que O`Donohue alcança sobre a experiência humana entrelaça, de forma fecunda, as concepções de seus antepassados Celtas, sua disciplina filosófica e a sua singular sensibilidade  para o transcendente. A notoriedade das palestras e seminários conduzidos no  último período de sua vida foi impulsionada pelo seu carisma como orador e pelo o sucesso editorial de obras como Anam Cara, Beauty e Ecos Eternos. Difícil não lastimar sua morte precoce.